sexta-feira, 29 de dezembro de 2017



Educação Integral: uma necessidade e um desafio para as instituições escolares

             Educação integral é um processo de formação do ser humano, que vai muito além do desenvolvimento cognitivo, do preparo acadêmico; trabalha com a formação humana e espiritual, com o cuidado com o corpo e com a mente, com o desenvolvimento da sensibilidade e com a construção de valores indispensáveis para guiar crianças e jovens no percurso do seu desenvolvimento e na construção do seu projeto de vida. Diante de cada situação que lhes exigir tomada de decisão será essa escala de valores, que a Família e a Escola ensinaram, que irá determinar e sustentar suas escolhas. Se alguma oferta lhes fizerem, por mais atrativa que possa ser, se ferirem esses valores, estarão preparados para dizer não. Será essa educação que os protegerá de fazerem escolhas equivocadas, que poderá lhes trazer consequências desastrosas, sofrimento e falta de paz de espírito, fazendo adoecer o corpo e a alma!
             Cada vez mais as novas gerações estão carecendo de um olhar sensível e cuidadoso no seu processo de formação. Precisamos de educadores líderes e de pais que inspirem comportamentos e atitudes pautadas pelos valores da ética, da cooperação, da elegância de comportamento em todas as ocasiões, do bom trato e humanidade nas relações interpessoais, do cultivo do amor e respeito à família e aos seus educadores.
   É preciso que os educadores estejam capacitados para tocar a sensibilidade das infâncias e juventudes, educar seus olhares para a contemplação e apreciação do que é bom e belo e para todas as atitudes que resultam em paz e harmonia. A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, prevê, como dever das escolas, promoverem o desenvolvimento de competências socioemocionais, tais como liderança, cooperação, resolução de conflitos, resiliência, autodomínio, atitudes e valores para um relacionamento humano saudável e construtivo.
  Não há mais espaços neste novo século, para escolas que privilegiam somente a formação de competências e habilidades cognitivas, sob pena de se estar formando pessoas e profissionais incapazes de saber lidar, com inteligência e serenidade, com os problemas reais que a vida apresenta; incapazes de potencializar sua força interior para superar frustrações e seguir adiante na jornada da vida, sem derrotismos, desânimos ou desespero.
 No mundo profissional, as empresas estão buscando, cada vez mais, pessoas que tenham liderança sobre si mesmas, sobre suas emoções; que saibam trabalhar em equipe, saibam ativar sua criatividade, sua inteligência e sua força de vontade para resolver situações-problemas; saibam ser sociáveis, otimistas e bem  humoradas, que trabalhem com alegria, comprometimento, com resultados de qualidade e vivam relações interpessoais construtivas e saudáveis.
 No mercado de trabalho, ao se  contratar um profissional, tem-se muito em consideração o currículo apresentado e a sua competência técnica para a função. Mas o que vai mantê-lo em condições de empregabilidade na instituição são as suas competências e habilidades socioemocionais, reveladas na convivência diária.
 Eis por que um currículo escolar comprometido com a educação integral do ser humano faz toda a diferença no seu desenvolvimento  pessoal e profissional. Precisamos educar por inteiro! Há um pensamento que diz que um coração sem inteligência é um perigo. Mas uma inteligência sem coração é um desastre.
             


quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Educar é um compromisso ético e político


* Profª Marisa Crivelaro da Silva

Por que educar é um compromisso ético? Vejamos:  ética, no dicionário, tem este sentido: “ Parte da filosofia que estuda os deveres do homem para com Deus e a sociedade.” Portanto, na medida em que, como educadores, somos negligentes no processo de formação, de educação de nossas crianças e jovens, estamos falhando no compromisso ético, pois é nosso dever contribuir para  desenvolver a inteligência e a humanidade  desses seres humanos, em todo seu potencial
Educar é ter-se em consideração o sujeito como um todo: desenvolver a inteligência, educar as emoções, formar atitudes, ajudar a construir uma escala de valores que possam ser norteadores na vida; é criar condições e  realizar experiências relevantes que possibilitem avanços progressivos das estruturas mentais, dos níveis de complexidade do pensamento e das  atitudes  dos alunos frente à vida.
      Não se pode mais conceber uma educação com base na transmissão de conteúdos conceituais apenas, que privilegie a memória como único recurso de aprendizagem. Ela é importante, mas não o único meio. Os educadores devem ter seu trabalho centrado numa metodologia interativa, provocadora, mediadora, que motive o aluno a ser autor, produzir conhecimento, que desafie para o desenvolvimento de habilidades e competências cognitivas e afetivas, na mesma medida. De nada valerá um conhecimento construído, se não for útil, de alguma forma, para o aluno, se ele não souber aplicá-lo nas situações práticas do seu cotidiano e se não contribuir para ajudá-lo a desenvolver sua humanidade. Tem-se dado destaque aos conteúdos conceituais que têm grande valor sim, mas se não ensinarmos os conteúdos procedimentais que são as formas de transformar a teoria em prática, os conteúdos não terão sentido ,  nem utilidade e serão logo esquecidos porque não se encontrou sentido neles. E é da natureza do cérebro expulsar tudo aquilo que não nos serve, as coisas que não têm significado para nós são facilmente esquecidas..
      Há que se considerar, igualmente, que é papel da educação capacitar as crianças e jovens para aprender a arte da boa convivência, do exercício da auto-disciplina e da auto-motivação, da determinação em busca do alcance dos objetivos traçados, de desenvolver fé no seu potencial e  pautar sua vida por valores que  o elevem como ser humano. E essa é uma responsabilidade, por conseguinte, de todos os que estão direta ou indiretamente envolvidos nesse processo de formação da personalidade, do caráter, de modo especial, pais e educadores. Conforme afirma BRANDEN   ( 1998, P. 250 ), “... as crianças que acreditam mais em si mesmas e cujos professores projetam uma visão positiva de seu potencial, vão melhor na escola que outras sem essas vantagens.”
      Destaca-se, dentro do processo educativo, o papel da avaliação como meio de promoção humana, como forma de se diagnosticar avanços e limitações e de se vislumbrar caminhos alternativos que apontem para a superação dessas limitações, considerando-se o desempenho dos dois personagens principais desse processo: o aluno e o professor. Quando o aluno não aprende, sejamos aqueles que se farão  esta pergunta: “ – que responsabilidade eu tenho nesse resultado? O que poderei fazer para ajudar?” E não ficar só responsabilizando o aluno por suas dificuldades de aprendizagens, ou o que é pior, responsabilizando outros colegas de profissão por esse problema evidenciado. Se somos educadores, de fato, vamos encontrar estratégias para fazer aflorar o potencial de nossos alunos que está adormecido porque não foi devidamente orientado e desafiado a desenvolver.
      É de suma importância que se promova uma proposta de avaliação que permita ao educador entender o processo de aprendizagem dos alunos; identificar onde e por que encontram dificuldades no processo, de forma que possa intervir, questionar, descobrir as razões de tais dificuldades e ajudar no processo de reconstrução de conceitos e de transformação das atitudes, contribuindo, de fato, para que a aprendizagem se efetive e resulte em mudanças de comportamento e de desempenho. Para isso, é indispensável o envolvimento, a participação e o comprometimento do aluno, senão, os avanços não acontecerão, por mais que o educador esteja disposto a ajudar, pois ninguém motiva ninguém. A motivação é um processo interno, de querer, de dispor-se a  viver esse processo de evolução, de amadurecimento progressivo. Cabe, sim, ao educador, despertar a consciência de cada aluno, estimular o seu desejo de aprender através de experiências de aprendizagem significativas e colocar-se ao lado para apoiar , assessorar nesse processo de descobertas, de conquistas, de construção do conhecimento.
      O papel imprescindível e intransferível do educador, portanto, é o de ser alguém que se importa, que presta atenção ao processo de desenvolvimento  e de aprendizagem de seus alunos, que age com empatia e por isso, está disposto a intervir, de modo construtivo, cooperativo e solidário, para que seus alunos possam evidenciar progressos no seu processo de aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a ser e a conviver, conforme dispõem os quatro pilares da educação para o século XXI ( DELORS, 1996).

* Marisa A . Crivelaro da Silva é graduada em Letras, pós-graduada em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior, Mestre em Educação, MBA em Gestão Educacional, MBA em Comportamento Organizacional - Diretora do Colégio Marista Sant´Ana de Uruguaiana/RS



Disciplina como fator de sucesso na vida
*Marisa Crivelaro da silva
O ser humano, desde que nasce, passa por várias experiências de aprendizado e forma sua personalidade, seu caráter, a partir das lições que lhe são ensinadas, ao longo da vida, pela palavra e, sobretudo, pelo exemplo.
Muito se tem debatido sobre como disciplinar os filhos, garantindo-lhes a segurança que uma educação com limites pode lhes possibilitar. É preciso que eles aprendam esta valiosa lição: regras de conduta existem em qualquer lugar e servem ao propósito de garantir a boa convivência e a segurança das pessoas.
As instituições que têm o dever de educar para a disciplina pessoal são a família, em primeiro lugar, e a escola, que complementa esse processo de ensino. E uma coisa é certa: se a família e a escola não ensinarem, a vida vai ensinar. E as consequências de um comportamento sem limites podem comprometer e, até mesmo, destruir aquilo que os pais mais desejam: a felicidade e a paz de espírito de seus filhos.
O memorável filósofo Emmanuel Kant afirmou que “o homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação, ele é aquilo que a educação dele faz”. Nosso desenvolvimento humano vai depender, sempre, das escolhas e das renúncias que formos capazes de fazer para nos tornarmos melhores a cada dia.
É preciso disciplina para educar a vontade. O antropólogo Marins Filho destaca que o ser humano diferencia-se dos animais por dois atributos: Inteligência e vontade. A Inteligência nos mostra qual é o caminho que devemos seguir. Mas é a vontade que nos impele a fazer ou deixar de fazer algo. Portanto, precisamos aprender, desde pequenos, a educar a vontade e isso só se faz pela disciplina, pelos limites que vamos aprendendo a nos impor.
Nossa missão de vida é crescer e nos desenvolver. Crescer todos crescem, basta satisfazer as necessidades básicas, pois esse é um processo natural. No entanto, para se desenvolver é preciso muita disciplina pessoal e ensinar, ajudar a construir essa aprendizagem é função indelegável da família e é complementada pela escola. Quando essas duas instituições forem capazes de unir forças, de buscarem uma relação de entreajuda, estarão, inegavelmente, construindo uma herança duradoura que deixarão para as crianças e jovens. Os pais que aceitarem e vencerem esse desafio estarão demonstrando que amam verdadeiramente seus filhos.
Todos  sabemos que o sucesso na vida de um ser humano não cai do céu. É construído passo a passo. E é preciso muita determinação, disciplina pessoal para fazer renúncias, dominar a vontade e dar o melhor de si para conquistar sonhos e metas, enfim, para realizar seu projeto de vida.
Família que não educa seus filhos para respeitar limites e desenvolver disciplina pessoal está, inconscientemente, podando sonhos e causando prejuízos significativos para a vida futura de seus filhos, pois o cenário mercadológico apresenta-se, cada vez mais competitivo e, por consequência, exigente. Dentre os requisitos  que são descritos nos perfis de profissionais que as empresas buscam para contratação, contam: pessoas com atitude e disciplina pessoal que engloba, dentre outros aspectos, organização, pontualidade, responsabilidade, comprometimento e autocontrole emocional. Tudo isso é fruto de uma educação dos impulsos, de uma educação da vontade, que ajuda as pessoas no sentido de respeitar e de se adaptar, com maior facilidade, às normas dos códigos de conduta que cada instituição tem delineado para seu público interno.
Não se pode subestimar o poder do hábito e da disciplina pessoal na formação do caráter e esse é decisivo para o sucesso na vida. Cumpre à família e à escola unirem-se, em sintonia de propósitos, para terem firmeza e decisão na orientação e exigência de uma disciplina saudável, transformadora, com afeto e com firmeza, pois toda nossa vida será influenciada e dependerá dos valores que elegermos para nos conduzir. E a disciplina, indubitavelmente, é um valor que nos diferencia e nos ajuda na construção e na realização do nosso projeto de vida.

*Marisa Crivelaro da Silva

Graduada em Letras, pós-graduada em Psicopedagogia, pós-graduada em Docência do Ensino     Superior, MBA em Gestão Escolar, MBA em Comportamento Organizacional, Mestre em Educação.
Lições Para Toda a Vida
*Por Marisa Crivelaro da Silva

                         Quem pensa que cabe, unicamente, à família educar em valores, engana-se. A escola tem papel proeminente nessa missão. O currículo escolar está permeado por aprendizagens que vão muito além da busca pela qualidade acadêmica. Trata-se de educar para a humanização nas relações e para o exercício prático de valores que são determinantes para a realização pessoal e profissional.
                         No texto bíblico de provérbios 22:6, é possível compreender a importância de se ensinar valores e atitudes à criança, desde cedo, porque toda a sua vida será afetada pelas escolhas que fizer  e cada uma dessas escolhas será pautada pelos valores que cada um internalizou na educação que recebeu, na família e na escola.

                   Delors (1988) no relatório da comissão internacional de educação enviado à  UNESCO,  entitulado Educação: um tesouro a descobrir, trata de quatro pilares fundamentais sobre os quais deve sustentar-se a educação no século XXI.

O primeiro pilar é do “aprender a aprender”. Com as mudanças vertiginosas que estamos presenciando nessa sociedade da pós-modernidade, é preciso que a família e a escola  unam-se  para, além de  ensinar valores e atitudes, desafiar as crianças e jovens a serem pesquisadores, criativos, críticos e seletivos diante de tantas informações e conhecimentos disponíveis. Precisam aprender a escolher o que é essencial, o que vai agregar valor para sua vida, para seu futuro profissional e dedicar-se, de corpo e alma, a construir essas aprendizagens, sendo protagonista do seu processo de formação. Não dá para se conformar com o mínimo indispensável; é preciso buscar, sempre, o máximo possível para alcançar o sucesso que cada um merece.

O segundo pilar é “aprender a fazer”. É preciso saber transformar informações e conhecimentos em práticas efetivas. Como diz Morin, precisamos de cabeças “bem-feitas” e não de “cabeças bem cheias”. Saber aplicar os conhecimentos construídos é fator que diferencia os profissionais quando buscam colocação no mercado. De que adianta conhecer as regras de uma redação se não souber redigir um discurso, uma carta de apresentação, um requerimento?

O terceiro e quarto pilares se entrelaçam, interagem o tempo todo. É o “aprender a Ser” e “aprender a Conviver”. É na convivência com os outros que demonstramos o que e quem somos. Buscar aprender e praticar valores e atitudes que nos constroem melhores, que nos tornam mais éticos, humanos e resilientes diante das dificuldades da vida  é o que garante a nossa paz de espírito e nossa realização humana. É o nosso Ser em ação.

Aprender a conviver seja, talvez, uma das mais difíceis aprendizagens que precisamos construir no ambiente da família e da escola, porque exige compreensão, aceitação e transformação. Para crescer e se desenvolver é preciso mudar comportamentos, atitudes, em busca de ser uma pessoa e um profissional melhora a cada dia. Como diz a  poeta Cecília Meireles “ Eu aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira”.

O autoconhecimento por meio de uma avaliação crítica sobre nosso próprio modo de aprender, de fazer as coisas, de ser e de conviver e a capacidade de nos transformar, nos reinventar é que irá nos diferenciar na vida e na profissão. No cotidiano escolar, por meio da mediação de conflitos, das reflexões que são proporcionadas através de inúmeros  projetos e atividades de formação humana, ensinamos e aprendemos lições para toda a vida.


*Graduada em Letras, pós-graduada em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior, MBA em Gestão Educacional, MBA em Comportamento Organizacional, Mestre em Educação.

 

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014


FATOR DIFERENCIAL NA VIDA E NO TRABALHO: A GESTÃO DAS EMOÇÕES

 *Por Marisa Crivelaro da Silva

A entrada neste novo ano de 2014 convida-nos a refletir sobre um tema que tem sido decisivo, diria, em alguns casos, determinante na vida de muitas pessoas, quer pelas doenças que veem acumulando, em razão do stress, quer pelas perdas de oportunidades de crescimento no ambiente de trabalho: o gerenciamento das emoções.
Daniel Golemann, no livro “Inteligência emocional – A Teoria que Redefine o Que É Ser Inteligente”, traz contribuições relevantes para melhorar a nossa qualidade de vida e o nosso desempenho profissional, pois as instituições estão a exigir, cada vez mais, altas performances em termos de habilidades sociais, de equilíbrio emocional, gerenciamento inteligente das emoções, como postura de vida, até mais do que um quociente intelectual elevado. E tudo por quê? Porque as empresas precisam cuidar das pessoas que gerenciam os processos, em vista do alcance de resultados.
Para cuidar das pessoas é preciso cuidar do clima organizacional. E não tem nada que contamine tão negativamente um ambiente de trabalho do que pessoas mal humoradas, desmotivadas, com baixo nível de tolerância, que vivem buscando causas para só reclamar; que elevam o tom de voz quando discordam de alguém ou de alguma ideia, provocando discussões vazias, gerando conflitos e ressentimentos; pessoas que têm tendência a fazer críticas depreciativas, colocando em demérito o trabalho dos outros; que se envolvem em maledicências e atitudes vingativas; que só enxergam um lado ruim nas coisas e das pessoas...  Só de olhar para a fisionomia,  é possível logo diagnosticar esse tipo de pessoa que não aprendeu a gerenciar suas emoções, a educar seus sentimentos e que envenena qualquer ambiente ou relação. Não esqueçamos do velho provérbio que anuncia: “Os olhos são as janelas da alma” e da passagem bíblica que sublinha: "A boca fala do que o coração está cheio”.
Todos desejam cercar-se e conviver com pessoas que passem uma energia boa, motivadora, pessoas que nos sejam inspiradoras! Mário Quintana  aconselhou-nos a como fazer para ser assim: “ O segredo  não é correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você!” Mas não são só as pessoas que estão sendo mais seletivas nas suas relações interpessoais; as empresas, igualmente estão buscando e selecionando, para integrar seus quadros de colaboradores permanentes, pessoas diferenciadas.
Precisa-se de pessoas que sejam mais cooperativas, entusiasmadas, interessadas em aprender a fazer diferente, inovar, inventar, reinventar-se, pessoas comprometidas, que se envolvam, efetivamente, com o seu crescimento pessoal e da instituição para a qual trabalham. O psicoterapeuta  José Angelo Gaiarsa sentencia: “Quem não se envolve, não se desenvolve!”
Precisa-se de pessoas que promovam relações de paz, que busquem, continua e cotidianamente, aprender a trabalhar e superar conflitos,  não dissimulando-os, mas enfrentando-os, com diálogo conciliador, com atitude de humildade, buscando aprender lições e  aperfeiçoar-se, sem ficar guardando mágoas ou cultivando atitudes vingativas ou de ressentimento.

Precisa-se de pessoas que sejam automotivadas, suficientemente, para assumirem a responsabilidade de se melhorar a cada dia, a cada ano, sem precisarem ser provocadas para isso; enfim, precisa-se de pessoas que aprendam a auto-administrar-se para se desenvolverem como seres humanos e como profissionais, para serem felizes,  realizadas e que possam, também, fazer os outros felizes! Esse é, pois,  nosso maior desafio para 2014 e para todos os anos de nossa vida, nesta efêmera passagem pelo planeta terra. Temos uma missão por aqui! Que possamos cumpri-la com prazer e alegria de viver, de conviver e de trabalhar!

* Graduada em Letras, Pós graduada em Psicopedagogia e Docência do Ensino Superior, MBA em Gestão Educacional, MBA em Comportamento Organizacional, Mestrado em Educação

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Hábitos de Estudos


A formação de hábitos na vida do ser humano é um processo vagaroso, não acontece da noite para o dia;  fazendo uma analogia, assemelha-se ao ato de subir uma escada. É preciso avançar degrau por degrau, um passo a cada vez.
Todos os hábitos que construímos nas nossas vidas foram sendo elaborados dentro de uma cultura na qual vivemos, agimos e interagimos. As práticas cotidianas, sistemáticas vão se cristalizando nas nossas mentes até se transformarem em hábitos. E a mente humana assimila, de tal forma, que vira algo automático.
Hábitos alimentares, hábitos de higiene são exemplos de como acostumamos nosso organismo e condicionamos nossa mente para aquilo que é necessário e importante às nossas vidas. Da mesma forma, precisamos formar hábitos de estudos nas crianças, desde as primeiras séries do Ensino Fundamental. Na bíblia encontramos um conselho eficaz para a formação dos hábitos saudáveis e construtivos na vida do ser humano: “Ensina à criança o caminho em que deve andar e ainda quando for velho, não se desviará dele”. Provérbios 22:6
 É indispensável vincular a formação de hábitos de estudos e de leitura a  maneiras prazerosas, criando ambiente apropriado, tanto físico quanto psicológico, trabalhando com a sensibilização, mobilizando o interesse, a vontade da criança para ter a atenção focada.

O adulto mediador da formação de hábitos na criança precisa saber cultivar esse hábito, diariamente, incentivar e mostrar o valor desse processo na construção da aprendizagem e nos resultados que serão conquistados para o desempenho na escola e na vida. Assim, quando forem maiores,  saberão dar valor aos estudos.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Chamados Como Cristãos Leigos na Sociedade


Todo ser humano vem ao mundo com uma missão. E para nos dar pistas de como descobri-la e poder cumpri-la a contento, Deus nos capacitou com dons, aos quais muitos chamam de talento. Com esses dons, estamos capacitados para ter nosso sustento de vida e também para servir, com gratuidade. Entretanto, poucas são as pessoas que constroem essa consciência e aceitam o desafio de desenvolver sua espiritualidade e encontrar formas de colocar seus dons a serviço das pessoas, na sociedade.
            A parábola dos talentos, descrita no evangelho de S. Mateus, cap.25, faz uma analogia para mostrar o que acontece com as pessoas que são abençoadas com dons, talentos que receberam, de graça, e nada fazem para colocá-los a serviço do bem. Só os utilizam para lucrar. Outros, ainda, deixam seus dons adormecidos, não fazem absolutamente nada para se desenvolverem, aprenderem mais, com receio de serem solicitados a agir em benefícios de outros que precisam. Comodidade é o nome que se dá a essa atitude deliberada de não mostrar seus dons e passar pela vida como espectador, só recebendo e cobrando pelo que oferece. Uma das passagens da referida parábola retrata esse tipo de comportamento. O homem que recebeu um talento de seu senhor para multiplicar, ficou com receio de perder tudo e na hora de prestar contas, ser castigado. Então, saiu, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor e no prazo combinado, devolveu tudo, do jeitinho que tinha recebido, sem multiplicar um centavo sequer. E o seu senhor ficou indignado, chamando-o de servo mau e negligente, pois deveria ter trabalhado duro para fazer multiplicar aquele talento recebido e, ao voltar, devolver-lhe o que era seu, com juros.

            Temos um desafio muito pontual, enquanto leigos cristãos na sociedade: colocarmo-nos a serviço do bem, do que é bom e do que é belo, com os talentos que Deus nos abençoou. Posicionarmo-nos em defesa e proteção da vida, em quaisquer circunstâncias, e testemunhar da força transformadora do Amor de Deus na vida das pessoas e assim, estaremos, com certeza, multiplicando nossos talentos no cumprimento da nossa missão.

            Mt 5,13-16  traz a fala orientadora de Jesus aos seus discípulos, alertando-os para a missão sagrada do Cristão de ir para a sociedade e levar a Boa Nova: “Vocês são a luz do mundo. Ninguém acende uma lamparina para pôr debaixo de um cesto. Ao contrário, ela é colocada no lugar próprio para iluminar todos os que estão na casa. Assim também, a luz de vocês deve brilhar para que os outros vejam as coisas boas que vocês fazem e louvem o Pai que está nos céus.” Um cuidado, porém, é muito importante: não interpretar de modo equivocado essa afirmação de Jesus e pensar que ser luz no mundo é querer aparecer, se exibir, se mostrar para glória própria, participar de atos,  promover eventos solidários,  oferecer-se  para ajudar, apenas com o intuito de aparecer, de se mostrar, de se vangloriar. Faz-se sempre em benefício próprio, para engrandecimento diante da sociedade. Diante de Deus, essas obras não têm valor nenhum, porque estão desprovidas do espírito de humildade e de verdadeiro espírito cristão que é o amor legítimo ao próximo.            

            Importante ressaltar que cada cristão, leigo, precisa voltar o olhar para dentro de si mesmo e se perguntar:

            - Como tenho contribuído, de forma gratuita, com os dons que recebi de Deus, na sociedade em que vivo e convivo? Encontro tempo e formas de me colocar a serviço para ajudar a melhorar o mundo onde estou vivendo, ajudar as pessoas a se tornarem melhores?

            -De que forma tenho testemunhado do Amor de Deus junto aos outros? Meu jeito de ser, de viver e de me relacionar fala do amor de Deus aos outros?

            - Já consegui descobrir qual é a minha missão nesse breve tempo de passagem pela terra? Inegavelmente, chegará o dia em que teremos de prestar contas ao criador sobre o que fizemos ou deixamos de fazer com os talentos que ele nos concedeu, gratuitamente, para contribuir na sociedade onde vivemos. Como temos procurado ajudar a melhorar o mundo e as pessoas que nele vivem? Temos colaborado como mediadores e motivadores junto às pessoas para  provocar o seu encontro com Jesus Cristo?

            Lembre sempre disto: você deve ser luz no mundo! Se você é uma boa cozinheira, um ótimo engenheiro, comunicador, pedreiro, professor, seja qual for o seu dom, Deus sempre vai colocar à sua frente uma oportunidade para servir, sem visar lucro. É importante que esteja vigilante para enxergar essas oportunidades. Mas também, não precisa ficar à espera da  hora aparecer. Como diz a letra da música,  “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”!