segunda-feira, 22 de junho de 2009

A Educação Brasileira em Questão

Os números sobre a educação brasileira, divulgados pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que colocam o Brasil em 54º lugar, entre os 57 países pesquisados, inquietam professores, alunos, famílias e a sociedade, de modo geral. Devem servir para se repensar o processo de ensino e de aprendizagem que é complexo e sobre seus resultados, muitas variáveis têm influência, dentre elas, vale destacar três, que estão interconectadas:
a)Comprometimento dos educadores
b)Motivação dos alunos
c)Participação e apoio das famílias.
Para que a aprendizagem aconteça, com sucesso, as escolas precisam contar com educadores comprometidos, que não meçam esforços no sentido de recriar suas estratégias de ensino, de construir subsídios didáticos adequados à realidade e nível de desenvolvimento de seus alunos e, sobretudo, ter a atitude de importar-se com aqueles alunos que não aprendem no mesmo ritmo da maioria. Precisam ter iniciativa junto aos serviços de apoio da escola e junto às famílias, mobilizando todos os esforços em busca de um único objetivo: o avanço progressivo na aprendizagem dos alunos.
Observa-se que há um descompasso entre o que a escola, os professores oferecem e as necessidades e estilos de aprendizagem dos alunos que integram esta nova geração que vive na denominada “sociedade do conhecimento”. No seu cotidiano, eles recebem estímulos diversificados e respondem a desafios próprios dessa era de modernidade, que não encontram ressonância nas salas de aula da maioria das escolas, mesmo aquelas que dispõem de recursos. Os recursos existem e muitas vezes os professores não estão capacitados para fazer uso deles, nem se mobilizam para querer aprender.
O professor precisa reconhecer e considerar os diferentes estilos de aprendizagem e adequar recursos didáticos para contempla-los:
Visual: fazer uso de gráficos, esquemas, resumos, mapas, ilustrações, cores( Uso de giz colorido no quadro) vídeos, links para pesquisa na internet, cartazes, murais,etc.
Auditivo: fazer uso de tons de voz diferenciados para abordar os assuntos, dando ênfases variadas para chamar a atenção, usar, como recursos de ilustração, letras de música, formas diferenciadas de áudio, leituras em voz alta, formas de mobilizar a atenção e o interesse.
Cinestésico: ( base em sensações ) - para aprender, o aluno precisa sair do plano da teoria e ir para a prática agir, fazer, sentir, manipular, (material concreto de todo tipo), realizar experiências, fazer associações dos conhecimentos com as situações do cotidiano...
É preciso cuidar para não se privilegiar unicamente os conteúdos conceituais e deixar lacunas em relação aos conteúdos procedimentais e atitudinais – é o saber fazer e o saber ser, base do sucesso profissional e pessoal de todo ser humano.
Por sua vez, os alunos precisam estar imbuídos do espírito de querer aprender, de importar-se com seu próprio desenvolvimento. Por melhores os métodos que se utilizem, por mais bem preparado que seja o professor, se o aluno não se comprometer com seu aprendizado, não se motivar para participar das aulas com interesse e vontade, os resultados não aparecerão. Lembremo-nos de que a motivação é um processo interno. Ninguém motiva ninguém. O que se pode fazer, isto sim, é provocar a motivação com estímulos qualificados e adequados e esse é o papel do professor.
Por fim, é fundamental o apoio das famílias às iniciativas da escola, acompanhando o desempenho dos filhos e exigindo uma perfórmance crescente.
Os resultados das avaliações do PISA, SAEB, ENEM que avaliam a educação básica do país, devem ser utilizados como instrumentos que suscitem análise, reflexão e elaboração de metas a serem alcançadas em cada instituição de ensino do país. Lembrando Deming “ Não se gerencia o que não se mede, não se mede o que não se define, não se define o que não se entende, não há sucesso no que não se gerencia.” Portanto, é preciso analisar, estudar esses dados para que se entendam as causas e se possa gerenciar as metas elaboradas. E esse é um compromisso da escola, dos alunos e das famílias. É uma situação na qual o sucesso não se constrói unilateralmente. É um trabalho de equipe.

OBS.: Texto publicado no livro Educação 2009.

domingo, 21 de junho de 2009

É preciso que sejamos proativos, não reativos...

A proatividade é uma das competências mais exigidas na sociedade do século XXI, quer na realidade das empresas, quer nas escolas. As pessoas que conseguem se colocar e permanecer no mercado de trabalho são aquelas que pensam e agem proativamente. Se aparece a necessidade de mudança de hábitos, de comportamentos e atitudes, não se intimidam, nem desistem de aprender as novas formas de atuar. Lançam- se ao desafio com sede de aprender a fazer diferente do que sempre fez.
As empresas e escolas desta era de pósmodernidade são, como refere Michael Fullan "Organizações aprendentes", um espaço onde constantemente se ensina e se aprende. Ou essas instituições caminham com seu tempo e se inserem nas mudanças originadas pela evolução das ciências e das tecnologias de informação, ou ficarão à margem desta nova organização de sociedade que despontou e está posta aí, com mudanças vertiginosas em curto espaço de tempo e é nela que temos de viver, conviver e atuar.
É necessário internalizar as novas aprendizagens e buscar colocá-las em prática, com velocidade ímpar. Não há tempo para se ficar com incertezas se devemos nos lançar ao desafio de aprender ou não. Como diz Perrenoud "É preciso agir na urgência e decidir na incerteza".
Proatividade é pensar adiante, ter visão holística sobre as situações que se nos apresentam. Quem tem visão focada sai perdendo, sai atrás. É preciso amplitude de visão e imediatismo na ação.
Há sempre aqueles que, por se acovardarem diante da necessidade de mudar, optam pelo caminho mais simples: o da reação. Já que sentem medo, que não têm a humildade de se reconhecerem como seres inacabados, como refere Paulo Freire, preferem encontrar argumentos, os mais variados possíveis, para derrubar as ideias daqueles que estão buscando, incessantemente, a adesão à mudança.
Desqualificar, mostrar somente o lado negativo, amedrontar e desanimar... esses são os propósitos dos que têm medo de mudar o caminho, já tão conhecido, a que estavam acomodados; preferem reagir, vigorosamente, para que tudo permaneça e continue como está, por tempo indeterminado. O livro " Quem mexeu no meu queijo" espelha essa realidade.
Diante da necessidade de mudar, quando nos percebermos colocando impecilhos diante dos desafios propostas, é bom que nos indaguemos se não estamos formando fileira com a ala dos reativos.
Sejamos proativos e viveremos a experiência de ver que as portas se abrem e as oportunidades se apresentam para quem vai à luta, sem reservas.Aí, então, quando conseguir superar e vencer, você olhará para trás e dirá, para si mesmo, com orgulho: eu consegui! Hoje me sinto mais experiente, mais sábio, mais seguro no caminho que devo trilhar! Sinto-me incluído, participante da sociedade. Isso é cidadania!
Como disse Albert Einstein "A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original".

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Vida é Repleta de Oportunidades

Há pessoas que lamentam seu atual estilo de vida e clamam, que assim estão, porque não têm oportunidades na vida. Será mesmo?
Penso que a vida nos brinda com várias oportunidades. O que acontece é que não nos preparamos o suficiente para agarrá-las. E, como diz o velho dito popular: a oportunidade se compara a um cavalo encilhado. Se ele passar à sua frente e você não estiver preparado para montar, outro vai montar logo ali, em seguida. Esta é a única verdade que existe: as oportunidades existem para aqueles que estão preparados. Por isso é preciso aperfeiçoar-se, aprender mais e mais, ler muito, estudar, desenvolver nosso talento o máximo que nos for possível, criar redes de relacionamentos construtivos, que nos impulsionem para o crescimento e que possam nos abrir portas no futuro.
Nada do que valha a pena na vida, se consegue sem muito esforço e estratégia. É preciso atirar-se à luta da construção pessoal, exercitando a auto-determinação, não permitindo que nada, nem ninguém nos desvie dos objetivos que queremos alcançar; exercitando o autocontrole emocional para não permitir que nossos sentimentos e emoções nos abalem, a tal ponto, que nos façam perder o ânimo, a vontade de seguir em frente. É preciso olhar para dentro de si e ver, com os olhos da alma, a força interior, a energia poderosa que Deus plantou no nosso interior e que está ali, apenas à espera de que vamos à fonte, beber dessa água que nos alimenta e nos faz tornar à vida com força, com vontade e ir muito além de onde achávamos que éramos capazes de ir. E como é bom poder, depois, olhar para trás e indagar-nos, admirados: Meu Deus, como eu consegui tudo isso?
Fique mais esperto e olhe ao redor com maior atenção. As oportunidades existem, sim. Prepare-se que elas o encontrarão, no tempo certo e esse tempo, não somos nós que escolhemos. Deus sabe o melhor tempo para a oportunidade nos abraçar.

domingo, 14 de junho de 2009

Em Busca da Excelência

A busca da excelência no que se faz exige muito mais do que apenas esforço; exige criatividade para transformar a realidade e fazer acontecer o que desejamos, mesmo sem as condições ideais; exige intuição, que buscamos dentro de nós mesmos, quando somos capazes e sensíveis o suficiente para escutarmos a voz do coração; exige inspiração e essa, vem do exercício da espiritualidade, da meditação constante, da capacidade de aquietar-se para, de repente, perceber aquele insigth que faz a diferença nos nossos projetos de vida.
Excelência, portanto, vai muito além da competência de se fazer bem feito; tem a ver com o jeito singular com que cada pessoa coloca seu dom em evidência. Podemos escolher a excelência ou a mediocridade. Aquilo que estivermos fazendo, hoje, pelo nosso aperfeioamento pessoal e profissional, vai determinar o nível de excelência de cada um de nós, amanhã.
Há pessoas que querem viver em berço esplêndido, não fazendo nenhum sacrifício pessoal, nenhuma renúncia em favor de seu crescimento, mas desejam ser reconhecidos como excelentes. Desejo sem ação, sabemos que é apenas uma ilusão. Se desejamos a excelência, precisamos nos dedicar integralmente na melhoria da nossa perfórmance e isso exige sim, sacrifícios e renúncias num dado momento, para se ter a recompensa, em seguida.
Quando vermos pessoas bem sucedidas na vida, é importante que nos indaguemos sobre quantas renúncias e sacrifícios pessoais essa pessoa deve ter feito para chegar até onde se encontra.
Se o caminho da excelência é o que desejamos, é bom descruzarmos os braços e aguçar a curiosidade para enxergarmos as oportunidades que a vida nos brinda a cada dia, para crescermos e nos desenvolvermos em direção à plenitude das nossas potencialidades.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Um Olhar Sensível...

Mostrar sensibilidade na forma de olhar o que nos circunda, na forma de sentir e compreender as pessoas e os fatos é algo não tão regular no comportamento das pessoas.
Algo me inquieta e me faz questionar: por que algumas pessoas passam, por exemplo, por um simples cartaz ou uma faixa com uma frase para reflexão e conseguem fazer uma leitura singular, achando um profundo sentido para aplicação na própria vida, enquanto outras passam, indiferentes, sem sequer notar, ler; outras ainda leem, mas acham uma banalidade?
Eis aí o que se pode chamar de Educação dos sentimentos, das emoções. Bene Catanante escreveu uma obra muito rica, interessante, chamada " Gestão do Ser Integral", onde procura discorrer sobre como integrar alma, coração e razão no trabalho e na vida. Também não foi à toa que o conhecido psiquiatra Augusto Cury escreveu outro de seus famosos livros, entitulado " Treinando a Emoção Para Ser Feliz".
J. Campbell afirmou que "NÓS NÃO NASCEMOS HUMANOS. NOS TORNAMOS HUMANOS”. Nesse mesmo sentido, Miguel Arroyo , na obra Ofício de Mestre(( 2000, p 53), diz algo semlehante:“Ninguém nasce feito. Nos fazemos, nos tornamos gente. Aprendemos a ser”
Eis nosso grande desafio: humanizarmo-nos, educar nosso olhar, nossos sentimentos, nossas emoções para ver além do óbvio, para enxergar além das aparências e ver um conteúdo que só aqueles que desenvolveram sua sensibilidade serão capazes de ver, só aqueles que têm o coração aberto serão capazes de sentir.
Outro dia, fui fazer uma palestra numa escola e a Equipe Diretiva havia preparado uma faixa com uma frase linda, cheia de significado, que me impactou logo que entrei no pátio da escola. Tive a ideia de, durante a palestra, perguntar aos educadores daquela escola, quem saberia me dizer a frase que estava escrita lá na faixa da entrada... sentenciei que ninguém da Equipe Diretiva poderia ajudar porque sabiam da frase. Foi triste constatar que quase ninguém lembrava da frase. E foi colocada lá para eles, para que lessem, refletissem e colocassem em prática. Mas sempre há aquele ou aqueles que têm a sensibilidade à flor da pele e conseguem fazer uma leitura duradoura, daquelas que se assimila, internaliza e fica guardada na mente e no coração. Esses são os que tiram lições importantes de tudo que veem, ouvem e vivem e certamente sua vida será mais plena de sentido, e é isso que traz a felicidade para as nossas vidas.
Fica um convite a todos nós que desejamos ser mais humanos: precisamos educar nossa sensibilidade, nosso olhar, nossos sentimentos e emoções para enxergar sentido na vida e nas experiências que Deus nos permite viver. Só assim é possível dizer que vivemos plenamente.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Ser resiliente é uma competência

Saber suportar os reveses da vida, as contradições, as nossas fraquezas humanas, os problemas de convivência, ser tolerante com os diferentes jeitos de ser das pessoas com as quais convivemos, é uma competência que precisa ser construída e reconstruída a cada dia, a cada momento, nas nossas vidas.
Toda a competência é composta de um conjunto de habilidades. Aprender a ser tolerante, exercitar o autocontrole emocional, o bom senso e o equilíbrio espiritual, buscar a paz através do encontro, do diálogo construtivo são habilidades que formam essa competência de saber suportar, ser resiliente, olhar para frente, respirar fundo e seguir adiante!
Como seres humanos em estágio evolutivo, precisamos aprender a desenvolver essas habilidades todas, para chegar a ser competentes em resiliência.
A educação do ser humano deve abranger todos esses aspectos, para que seja de fato, uma educação integral. Parafraseando Perrenoud, no contexto do século XXI, não há mais lugar para pessoas com "cabeças bem cheias" de conhecimento, apenas; precisamos de " cabeças bem feitas", de gente de atitude, de gente que sabe se educar, que sabe se construir!
Pense nisso e comece a exercitar sua capacidade de ser resiliente, mas lembre, isso é um processo e como todo processo, é lento e constante!

quinta-feira, 4 de junho de 2009

É preciso que eduquemos nossos pensamentos...

Se analisarmos o tipo de pensamento que ocupa espaço na nossa mente, a maior parte do tempo, vamos nos dar conta de que sofremos do que o psiquiatra Augusto Cury chama de " Síndrome do Pensamento Acelerado", ou seja, sofrendo por antecipação, imaginando coisas que , nem sempre acontecem, do jeito que imaginamos. Interpretamos a realidade de acordo com nossos sentimentos de angústia, de ansiedade e, por isso mesmo, deturpamos essa realidade, criando monstros imaginários, por vezes. Depois que tudo passa, pensamos: nossa! Por que sofri tanto? Pensei que fosse tudo muito mais difícil!
É preciso que eduquemos nossos pensamentos, dominando nossas emoções e não deixando que um simples fato negativo ocorrido, prejudique nosso estado de espírito, estrague nosso final de semana... ficamos remoendo mágoas, imaginando o que, talvez , nunca venha acontecer, ou que nunca tenha acontecido, de fato. Mas nosso pensamento cria fantasmas.
Tendo consciência disso, fica mais fácil desenvolver o autocontrole emocional e tomar a decisão de dar um basta a esses sentimentos e pensamentos que, por vezes, estragam nosso dia e nossos relacionamentos.
Não permita que seus pensamentos o dominem. Ao contrário, mostre que você tem poder para dominá-los. Mostre a eles quem é que manda!
Vocês pode escolher sofrer, ou tocar a vida para frente com um novo entusiasmo e novas metas, aprendo lições com os erros que teve, mas nem por isso se condenando porque errou, ou assumindo o papel de vítima. Tome nas suas mãos o controle da sua própria vida! Só assim será possível vivem em paz!